Por que suas dívidas podem ser resultado da autossabotagem?

Uma das melhores maneiras de explicar a autossabotagem é dando exemplos. Por isso, vou contar mais um caso de uma de minhas clientes que me procurou para resolver um problema que parecia superficial, mas que na verdade estava em seu inconsciente:

Essa minha cliente se trata de uma mulher formada, bem sucedida e realizada em sua carreira. Ela ganhava bem, morava sozinha e ainda não tinha filhos para criar, portanto, era de se esperar que o dinheiro fosse suficiente para ela viver bem. No entanto, no fim de todo mês, ela sempre tinha contas atrasadas e dívidas para pagar.

Ela não conseguia entender como não sobrava dinheiro mesmo ela ganhando bem e como ela se afundava cada vez mais em dívidas.

Durante nossas sessões de terapia, ela me contou que comprou um carro à prestação, pois não tinha dinheiro para comprar à vista. E isso a incomodou porque, ao analisar quanto ela ganhava, seu custo de vida e onde ela morava, ela percebia que podia facilmente pagar um carro à vista, o que iria facilitar sua vida.

Outro caso emblemático foi a compra de seu apartamento na planta. Quando as parcelas do imóvel estavam chegando ao fim, minha cliente achou que não conseguiria terminar de pagá-las e, consequentemente, não conseguiria entrar no apartamento.

Em nossas conversas, tentamos descobrir o motivo de ela não conseguir pagar as coisas que comprava sendo que sua condição financeira dava todos os recursos para ela viver bem e sem dívidas. Afinal, ela era solteira, morava sozinha, não tinha filhos e ganhava bem.

Foi então que ela me contou, em uma das sessões, que ela tinha muita vergonha de visitar os pais na cidade deles e contar suas conquistar, como a compra do carro e do apartamento.

Percebemos que ela estava sempre se autossabotando, contraindo dívidas de forma inconsciente para ela, justamente, não entrar no apartamento quando chegasse o momento de pegar as chaves, por exemplo.

Para isso, ela gastava todo seu dinheiro com coisas supérfluas como roupas, maquiagens, acessórios… Quando ela quase não conseguiu assumir o apartamento, ela percebeu que estava em uma bola de neve e achou até que teria que devolver o imóvel.

Por isso ela me procurou e começamos a conversar para tentar achar onde estava a raiz do problema.

Analisamos então as questões que ela fazia a si mesma: “como eu posso estar em um apartamento novo e bom, com um carro 0 km, sendo que meus pais vivem em uma casa simples, sem luxo, sem carro novo na garagem?”

Ela tinha vergonha de mostrar as coisas que ela tinha conquistado com o próprio trabalho.

Foi então que mostrei a ela que se ela está bem, tem dinheiro e consegue guardar uma quantia todo mês, ela pode ajudar os pais a ter uma qualidade de vida melhor, a reformar a casa deles, a comprar um carro novo, a poder viajar no fim do ano para os lugares que eles gostariam de conhecer…

Mostrei a ela que a situação é o contrario que ela estava sentindo: quanto mais sobrar dinheiro, mais ela vai poder ajudar os pais a ter uma vida mais confortável, sem necessidade de se sentir mal e sentir vergonha.

 

 

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jucilene almeida de lima - 6 de setembro de 2018

Um aprendizado que se pode levar pra vida toda lembrei de qd criança passei por determinadas situações em q me sentia triste por minha família não ter condições favoráveis para ter uma vida mais estável e prospera ,ter dinheiro suficiente para ajudar os outros é maravilhoso e faz nos sentirmos mais solidarios para com os outros.

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