Por que a pressão para “ser feminina” causa tantos danos às mulheres?
Um estudo recente sobre gêneros, realizado nos Estados Unidos, mostrou quais eram os atributos mais relevantes quando se pensava sobre “ser feminina”. As respostas que mais apareceram foram: ser delicada, ser meiga, ser doce, ser simpática, perseguir o ideal de padrão de beleza, ser caseira, cuidar bem dos filhos e investir em um relacionamento romântico.
Esses aspectos sobre ser feminina parecem um pouco ultrapassados, não é mesmo? E eles são. Eles foram definidos durante séculos de vigência de uma sociedade patriarcal que, agora, começa a mudar com a abrangência do feminismo.
Inclusive, se você fizer uma pesquisa nas ferramentas de busca da internet sobre “ser feminina”, você vai encontrar definições opostas ao ser feminista e relacionadas automaticamente com palavras como atraente, delicada e meiga.
Esses conceitos, no entanto, pressionam tanto as mulheres mundo afora que transforma as estatísticas de saúde mental em um grande retrocesso para as mulheres.
Segundo pesquisas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, o transtorno de ansiedade é duas vezes mais comum em mulheres do que nos homens.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de Síndrome do Pânico são três vezes maiores nas mulheres do que nos homens.
Mas nós, mulheres, sabemos muito bem que não precisamos de estatísticas para perceber que os padrões do “ser feminino” impostos pela sociedade patriarcal pressionam as mulheres.
Pense em seu círculo social: você conhece alguma mulher que teve ou está vivendo com algum sintoma de ansiedade ou pânico?
Eu, por exemplo, posso citar de cabeça pelo menos cinco mulheres que já precisaram tratar esses distúrbios causados pela enorme pressão que vivemos hoje.
A pressão que vem de sermos mulheres perfeitas, “femininas”, supermulheres faz com que sintamos culpa e vergonha quando não atingimos esses ideais que vemos na TV, no cinema, nas revistas e nas redes sociais.
Precisamos quebrar barreiras, romper esse ideal patriarcal e fazer com que feminino e feminista sejam a mesma coisa.