Entenda de onde veio a ideia de dominação masculina sobre as mulheres

Na Era Paleolítica, há 20 mil anos, não podia se falar sobre a desigualdade entre homens e mulheres. Não existiam povos, clãs, nem estados separados. Os seres humanos viviam em pequenos grupos e tinham que se manter juntos para sobreviver e se defender dos animais ferozes. Nessa época, homens e mulheres eram nômades, ou seja, acompanhavam a migração de animais para poder caçar.

Não existia a ideia de posse desses animais. Os seres humanos não restringiam a mobilidade das criaturas que eles caçavam. Eles simplesmente acompanhavam os animais e permitiam que outros seres também os caçassem.

Isso mudou quando a agricultura foi criada. Com ela, não havia mais a necessidade de locomoção para alimentos e, ao se fixarem em um lugar específico, os homens também deram um jeito de fixar os animais que caçavam, surgindo assim o movo de vida pastoril. Nessa nova configuração de sociedade, o ser humano delimitou o espaço daqueles animais e impediu o acesso de outros animais que poderiam caçá-los.

A adoção do modo de vida pastoril é a origem de um conceito muito importante para nós entendermos a noção de propriedade e o que as mulheres vivem hoje em dia. O surgimento do conceito de propriedade marca também o nascimento do Patriarcalismo. Uma vez que o conceito de propriedade foi aprendido, este conceito passou a ser vivido nos outros domínios da vida e junto com a noção de propriedade, surgem sentimentos como o de posse, escassez, insegurança e a necessidade de conquistar cada vez mais coisas. A posse está relacionada diretamente com duas características masculinas: a conquista e a força.

A noção de propriedade estimulou no homem o desenvolvimento acelerado e desenfreado destas características. Com o conceito de propriedade tudo tem que ter um dono. Assim, a mulher passa também a ser propriedade do homem.

Nesse momento, a procriação se transforma em uma maneira de se obter segurança, de que a sua prole vai te ajudar na proteção de suas posses e na conquista de outras.

A mulher, então, vira uma máquina de procriação, que não tem mais a escolha de querer ou não de ter filhos. E para que o homem consiga transformar a mulher em posse e para que ele consiga dominar a mulher, ele usa uma série de artifícios. A princípio, o mais evidente é a força física. Depois aparecem artifícios mais formais e sofisticados de dominação emocional e psicológica, nos quais se nega à mulher o direito de escolher em ter um filho, direito de se manifestar, direito de se expressar, direito de usar seus dons e talentos. E para dominar a mulher emocional e psicologicamente, o homem passa a reprimi-la, inferiorizá-la, a reduzi-la a uma espécie humana de segunda categoria e suprimir essencialmente tudo o que está relacionado ao feminino.

Geração após geração, essa cultura foi consolidada. A cultura patriarcal prega o homem como dominador e a mulher como dominada.

Uma cultura é algo sistêmico, ou seja, homens e mulheres fazem parte dela. Ambos fazem parte dessa engrenagem. Mas é importante entender que nada disso acontece de forma consciente e leva-se muito tempo até a gente perceber e questionar uma cultura consolidada.

Um ponto importante que eu quero que vocês entendam é o seguinte: em uma cultura onde a mulher e tudo o que é relacionado ao feminino é suprimido, e o homem e tudo o que é relacionado ao masculino é exaltado, passa a existir um desequilíbrio das energias masculinas e femininas. Nosso mundo hoje há um excesso de masculino e há uma falta de feminino, até mesmo dentro de nós. É por isso que trabalhar e entender o nosso feminino interior e o nosso poder interior é tão importante.

E eu estou aqui para te ajudar nisso.

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Simone Ribeiro - 23 de março de 2018

Show!!! ???
Entender o nosso interior e o poder que temos é fundamental para nossa auto-estima e confiança. É simplesmente acreditar no nosso potencial! Grande beijo, Lu. ???

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