Dizer Não é dizer Sim

Para termos uma vida mais feliz, autêntica e plena, precisamos aprender a dizer NÃO.

Sei quanto isso pode parecer difícil para você, tanto quanto sempre foi para mim. Desde cedo nos acostumamos a agradar demais todo mundo, a fazer o que os outros acham que devemos fazer simplesmente porque queremos ser aceitas, amadas. Faz parte da natureza humana a necessidade de pertencer, por isso fomos condicionadas a dizer sim e agradar todo mundo.

Especialmente nós, mulheres, que de alguma forma fomos culturalmente educadas para ser polidas, submissas e aceitar tudo sem questionar.

Quero dizer que vivemos em um novo tempo e a grande revolução das nossas almas já começou. Se ainda não aconteceu dentro de você, trate de trabalhar isso que provavelmente é a crença que mais impede as pessoas de viverem de forma plena e feliz: VOCê NÃO NASCEU PARA AGRADAR TODO MUNDO.

Aliás, tentar agradar todo mundo é o primeiro passo para uma vida completamente confusa e atrapalhada. Quase sempre agradar o outro implica em silenciar e reprimir nossas reais vontades e isso um dia explode, seja em forma de sintomas de uma doença física ou emocional.

Não espere que isso aconteça para aprender a dizer não.

O fato é que, sim, precisamos de amor. Precisamos nos sentir amadas. Verdade. Mas o verdadeiro amor, o que deveria estar à frente de todos os outros, é o amor por você mesma. Pela sua história, pela sua vida, pelas suas vontades.

Negar ou ignorar o que você precisa e quer fazer apenas para viver um rótulo que te colocaram sem você pedir pode ter um custo altíssimo, que a vida vai te cobrar mais cedo ou mais tarde.

Acontece que, de tudo que temos conversado aqui, esse assunto é a ferida que mais dói porque é mesmo reflexo da nossa maior dificuldade. Dizer não muitas vezes significa desagradar alguém, romper com um modelo antigo de relação ou provocar estresse. E como nós gostamos muito da zona de conforto, e de evitar conflito, vamos engolindo ao longo da vida todos os nossos nãos, até acontecer o que geralmente nos leva ao segundo passo, ao limite de mudar: afinal de contas, quem sou eu e por que estou vivendo tantas coisas de mentira para tentar agradar os outros?

Isso começa lá na nossa infância, quando precisamos desesperadamente pertencer aos grupos das escolas, ou fazer com que nossos pais nos amem mais. Engolimos o choro, emoções, sentimentos e desejos.

Na nossa adolescência, geralmente temos um momento de tentar romper com as regras e buscar alguma autenticidade, mas não costuma ser uma ruptura muito saudável, especialmente se estamos também tentando apenas ser aceitos por outros bandos: o dos rebeldes.

Na vida adulta, para manter instituições, a paz no lar e na família, as relações de forma geral, e sobretudo para evitar qualquer tipo de conflito, aprendemos a dizer sim ao que o outro pede de nós. Entregamos a alguém (aos pais, ao marido, ao chefe, aos filhos, não importa) o PODER de determinar quem DEVEMOS SER, qual papel devemos desempenhar que agrade mais e que nos dê o amor que nós mesmas não nos damos mais.

Um dia a gente engasga; porque ninguém consegue viver muito tempo uma vida de aparência. Se você não grita um enorme NÂO, como disse antes, o seu corpo grita. Daí surgem os sintomas, físicos ou emocionais, que são apenas nossa alma gritando que nos perdemos de nós mesmos.

Se você está vivendo assim, presa a papéis e comportamentos que não reconhece apenas para agradar quem está ao seu redor, pense seriamente em experimentar, aos poucos, entender melhor O QUE TE AGRADA e treinar pequenos nãos… o exercício de dizer pequenos nãos pode ser libertador, porque te possibilita experimentar os ganhos de uma vida com mais respeito a si mesmo.

Por exemplo… se você está indo a um almoço ou jantar apenas para agradar alguém que nem te faz tanto bem assim… que tal dizer, pela primeira vez, que você não irá a esse evento e, ao invés disso, vai escolher fazer algo que te faz muito bem?

Assistir um filme que VOCÊ QUER MESMO ASSISTIR, fazer uma comida que você REALMENTE gosta, dizer não quando seu chefe solicita algo que está fora do seu escopo de trabalho… você precisa começar de algum lugar, e precisa fazer isso logo, antes de se perder completamente e não saber mais quais são SEUS desejos e suas vontades.

Vou te dar algumas dicas e fazer algumas perguntas que podem te dar o empurrãozinho que falta para você começar a dizer mais “nãos” para os outros.

1) Comece fazendo uma lista das coisas de que você gosta muito de fazer. O que você gostava na sua infância ou adolescência e foi reprimindo pela necessidade de ser aceita?
2) Quais são os “nãos” que você está deixando de dizer e estão te deixando doente, sem forças?
3) O que você perde se disser esse não, hoje?
4) Quem realmente te ama vai permanecer do seu lado se você disser não?
5) Você realmente precisa do apoio e da aprovação de todas as pessoas para quem tem medo de dizer não? Elas te fazem bem?

Por último, gostaria de fazer você refletir que, muitas vezes, quando você diz ao outro o não que precisa, você aprende a dizer SIM para você mesma.

E não há nada mais perfeito e harmônico na vida do que dizer SIM e ser de verdade com a pessoa que mais merece, neste mundo, o seu amor e o seu SIM: você mesma.

Comece hoje a se fazer feliz. Se você não se fizer, corre o risco de transferir para o outro essa responsabilidade que, na verdade, é apenas sua.

Que tal experimentar?

Um Forte abraço,

Lu Gnoatto

 

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Simone - 12 de junho de 2017

Muito interessante o seu texto. É muito verdadeiro tudo que li… Muitas vezes já disse NÃO para simplesmente agradar a alguém. E o que ganhei? Como me senti depois? O que aprendi? Não ganhei absolutamente nada! Me senti mal depois! Aprendi a dizer NÃO quando era pra ser dito! Hoje digo NÃO quando é pra ser dito! Parabéns Lu! Seus textos, suas mensagens me “tocam” muito… grande bjo!

Reply
    Lu Gnoatto - 17 de junho de 2017

    Oi Simone.
    Obrigada, Querida.
    Que coisa boa ler isso, que bom que meus artigos tem te ajudado a refletir… Grande abraço

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